quinta-feira, 28 de julho de 2011

ENTREVISTA: AFRÂNIO NASCIMENTO

Afrânio (1)Afranio Nascimento, de Ibicaraí-BA, começou sua peregrinação musical em 1988 participando de festivais em algumas cidades da Bahia principalmente Una, Itabuna e Itamarajú, essa última vivendo por 10 anos até 1990, por lá existia um movimento cultural com apresentações de artistas regionais “...Nós éramos encantados pelas belas letras e melodias de Geraldo Azevedo, do nosso menestrel Elomar Figueira e os contos e causos de Saulo Laranjeira e Rolando Boldrin cantadores que enriqueciam nossa cultura musical”. Nesse período já participava de inúmeros projetos sociais filantrópicos, como: Rotary, Gapa, Apae.
Participou do Projeto Petrobrás de Música por 02 anos consecutivos na cidade de Canavieiras-BA e Projeto Toque Brasileiro da TV Santa Cruz em Itabuna-BA ao lado do amigo músico Hermano (Mano véio).
Em 1990 veio para Itabuna, daí nasceram boas amizades e parcerias que tem dado frutos até hoje.
Afirma o artista, seria cruel citar nomes nessa cidade - “fatalmente iria cometer o pecado de esquecer algum e jamais me perdoaria pois são tantos os bons artistas nessa cidade: cantores, atores, compositores, escultores, pintores, performistas, todos eles dando a nós bases e elementos para nossa livre arte de pensar enriquecendo nossos vocabulários, nossas fantasias, revelando ao mundo novas canções”.
Desde 2002 Afranio apresenta-se em Portugal e Espanha carreira solo e também na companhia de outros brasileiros.
Desenvolveu alguns projetos de banda com CD e DVD gravados em solo português. Continua dando sequência em alguns desses projetos acompanhando cantores e cantoras em alguns espetáculos, mas sem esquecer jamais as suas raízes que dão-lhe sustentação e equilíbrio.
Devido a ser um artista com formação em barzinho, ele pode usufruir de um repertório bem eclético galgando todos os patamares que a música brasileira pode oferecer e dentro desse contexto sente-se a vontade em executar qualquer estilo musical fazendo uso de fusões de timbres e ritmos.

Afranio é um músico autodidata com breve formação acadêmica e executa violão, guitarra, cavaquinho e teclado.

Discografia:

CD -Afranio Nascimento 2010 (Portugal)

CD e DVD - Feras do Forró 2009 (Portugal)

Faixas individuais:

A lavadeira e o rio (Baixe aqui)

Já nem sei (Baixe aqui)

Vem ser feliz (Baixe aqui)

Uma faixa no CD Banda Boy & Cia 2011 (Portugal)

Duas faixas no CD Vanessa Axé 2011 (Portugal)

Uma faixa no CD Rogerinho do Acordeon 2011 (Portugal)

Uma faixa no CD e DVD – Feras do Forró 2009 (Portugal)

Uma faixa no CD do 1º Festival de Música de Una 1995 (Brasil)

Festivais:

Finalista de festival da canção em Itamaraju-BA 1987 (Brasil)

Finalista de festival da canção em Una-BA 1995 (Brasil)

Email: afraniomusical@hotmail.com

Tel. movel: (0351 916423845) Portugal

 

Afrânio (3)

 

AI – Você que faz parte de uma época que tinha festivais, seria esta, uma das razões da música estar estagnada em nossa região?

AN - Venho de uma época não muito distante em que ouvi e toquei muita cantoria (Elomar, Xangai, Geraldo Azevedo...etc.) tínhamos nossos
talentos regionais que não vale a pena citar nomes pois são tantos que sempre comentemos e pecado de esquecer algum.
Depois de 09 anos longe dessa terra e com uma visão mais alargada a nível nacional, não acredito em estagnação musical. Acho que os valores
estão ai em cada esquina a serem reconhecidos mais cedo ou mais tarde. O problema é que é muita gente boa fazendo muita música boa e poucos têm acesso à mídia ou vice-versa.

AI – Além do violão, qual outro instrumento te seduz?

AN - Tenho tocado teclado, guitarra e cavaquinho, mas violão sempre foi o eleito para as composições.

AI – O que mais determina a permanência do músico nesta vida dura de viver de arte: A paixão, a necessidade ou a arte por ela mesma?

AN - Acho que um pouco de cada coisa, mas a paixão é determinante, pois se não fizer com prazer é melhor mudar de profissão.

AI – O Brasil tem vários ritmos genuinamente brasileiros e outros tantos que adotamos como nosso. Qual dos ritmos que pode ser considerado a “Cara” do brasileiro?

AN - O Brasil era visto como terra do samba e do futebol, mas isso está mudando. Sinto que está havendo mudanças no diálogo das pessoas pois as opiniões e comentários já divergem muito e graças que é para melhor. O Brasil sempre soube fazer boa música e o exemplo hoje vem de artistas como Paula Fernandes e Maria Gadú para não ter que citar uma infinidade de novos talentos que brotam a cada momento.

AI – O uso da tecnologia facilitou a proliferação de artistas ou de pessoas fazendo música, isto quer dizer que a qualidade se perdeu ou tem-se que garimpar mais para conseguir extrair tal qualidade?

AN - Facilitou bastante, mas isso é muito relativo cada qual com seu gosto musical, empresário não busca poesia, a conta bancária sabe bem. Temos que garimpar sim, mas sempre somos surpreendidos.

AI – A ida de artistas de nossa região para centros maiores tipo: Capital baiana (Salvador) mostra que ainda não podemos tê-los por aqui. O que falta para sermos um polo forte de arte?

AN - Por mais que aja apoio cultural ao artista regional sempre vai haver está migração, é natural. Antigamente falava-se em RJ e SP, hoje temos
outras capitais produzindo grandes nomes. Eu considero o Sul da Bahia um polo de arte forte inclusive bastante respeitado, posso afirmar isso pois cá na Europa conheço músicos de vários lugares do Brasil e há respeito e reverência quando se fala em artistas da nossa região.

Afrânio (4)AI – Artisticamente, a sua ida para o exterior foi para encontrar novos rumos ou foi uma “Fuga para a vitória”?

AN - Sai de Itabuna em 2002, o Brasil atravessava uma situação critica e estávamos com um presidente recém-eleito ao qual eu não sabia ao certo
o futuro que aguardava, aliado a isso havia uma necessidade de sair, respirar novos ares e conhecer novas culturas. Ainda bem que o país melhorou, rsrs... É sinal que já tá hora de voltar. Rsrs

AI – O que tem ai na Europa que você não encontraria no Brasil, artisticamente falando?

AN - Sinceramente?! Acho que nada. A diferença é que quando um país é pequeno há uma maior facilidade e acesso as boas coisas, ainda mais quando não se tem o oceano pra separar.

AI – O que podemos aprender com a carreira de Afrânio para repassar para os que começam agora?

AN - Todos os dias eu aprendo alguma coisa mesmo com os que estão começando. Mas acho que determinação e humildade está na ponta do iceberg.

AI – Conte-nos sobre seus projetos artísticos atuais e futuros?

AN - Nesse momento estou compondo e produzindo bastante. Estou envolvido com alguns projetos com bandas, tocando com alguns artistas brasileiros. Quanto ao futuro entrego ao Papai do céu.

Afrânio (5)

AI – Algo que queira acrescentar a este bate papo virtual, esteja à vontade.

AN - Só queria acrescentar que: Uma carreira não se constrói de uma noite para o dia, pisando nos outros atravessando ou passando por cima. Cada pessoa deve tirar o melhor proveito do talento que recebeu, somos uma constelação e cada estrela brilhando a sua medida.

AI – Agradecimentos.

AN - Agradeço ao espaço que me foi concedido através do convite do amigo Walmir do Carmo, agradeço aos amigos, aos colegas músicos e aos artistas em geral. A todas essas pessoas que nos dão incentivo e apoio para levar nossa arte a todos os lados.

Um abraço,
Afranio
Visite: http://palcomp3.com/afranio
Obrigado

Afrânio (5)Afrânio (6)Afrânio (7)Afrânio (2)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

CRÔNICA DE UMA CIDADE



– Itabuna, 101 Anos

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por Antonio Nahud Júnior
 


À margem da consciência e sem identidade cultural, a mais recente geração de itabunenses não se interessa por arte, educação e cultura, habitando plena e exclusivamente o presente e seus modismos globalizados, em conformidade com valores considerados como superiores e banalizados modelos de comportamento ofertados pela sociedade. Como na vida nem sempre temos capacidade de escolher livremente nossa via, esse nativo, indiferente à autonomia e à independência, absorveu o bombardeado manipulador da mídia que glorifica o descartável: politicagens de grupos fraudulentos que iludem o povo, crimes ligados ao tráfico de drogas e trágicos acidentes de trânsito que só interessam aos envolvidos e seus familiares. É lamentável. Sem história, sem memória, sem incentivo aos seus artistas, vive-se em Itabuna num universo impessoal, vazio e sombrio. Talvez seja uma maldição perpetuada pelas vítimas dos tiranos coronéis do cacau. Além disso, o nome da cidade é derivado dos termos em tupi, ita (pedra), aba (imediações, arredores) e una (preta), significando "lugar de pedra(s) preta(s)", ou seja, desta origem poética chegamos ao reinado do crack, da “pedra”, que por sinal é preta. Assim, aos 101 anos, seus habitantes estão reféns de toscos shows musicais, escravos de abomináveis festanças de feiosas camisas sintéticas, figurantes de bares baratos e de um inócuo shopping center como opção de lazer. Não é à toa que o poeta Telmo Padilha intitulou um dos seus livros como “Canto de Amor e Ódio a Itabuna”.
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Nota de Esclarecimento da Banda Forró Jahmar

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Nota de Esclarecimento da Banda Forró Jahmar

 
A Banda Forró Jahmar vem por meio desta nota, explicar, a toda população e amantes do forró, em especial todos os fãs, o motivo do não acontecimento do show programado para os festejos dos 101 anos de emancipação da cidade de Itabuna-BA.
O setor responsável pela organização do referido evento, através de seus respectivos gestores, de forma irresponsável começou a divulgar o nome da banda em vários meios de comunicação (sites, rádio, TV etc), como sendo uma das atrações na grade de shows, sem ter antes firmado nenhum contrato de prestação de serviços artísticos com mesma.

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PARABÉNS ITABUNA.

Alegrias e tristezas

Vitórias e derrotas

Acertos e erros

Todos os ingredientes de uma grande história

 

PARABÉNS ITABUNA!

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ACATE parabeniza Itabuna.

Ari Rodrigues
Produtor Cultural
ACATE
Associação Cultural Amigos do Teatro
Diretor-presidente
(73) 8141-0949
www.arirodriguesproducoes.com.br

segunda-feira, 25 de julho de 2011

TROMBONE DO AQUILINO.

E o Rock nunca erra
Por Aquilino Paiva
Aquilino 2








O rock ocupou a categoria Banda no festival Multiarte Firmino Rocha, em Itabuna.
A maioria das bandas que se apresentaram era do gênero.

Esse senhor já tem seus sessenta anos de vida, nasceu lá pelos anos 50. É de impressionar que seja o rock a porta de entrada de tantos jovens no universo da música. Pelo menos aqui nessa freguesia, onde o gosto musical mais popular é bem diferente. É que o rock segue sendo muito mais que música, mas como uma linguagem onde, pela música, parte dos jovens consegue traduzir sentimentos, opiniões e atitudes. No mundo inteiro, em qualquer língua. Como disse o Lobão, na música “O Rock Errou”,

“Música do Planeta Terra
Cantiga de guerra
Canto, espanto e fico rouco”

Pelo número de bandas que se inscreveram, fica claro que a música que rola nas ruas, festas e simpáticos carros de som potente pela região é bem diferente do que os
jovens talentos andam experimentando nas garagens por aqui. É por isso que essas
bandas parecem que ficam meio escondidas o ano inteiro. No festival Firmino Rocha
elas mostram as garras, braceletes e cabelões, aparecem com força total, com direito até às invasões de palco de Gildo Energia, um patrimônio do rock grapiúna que atravessa gerações. De algum modo, pode-se dizer que o júri entendeu a coisa toda, reservando um honroso terceiro lugar à banda Elisadeth, que defendeu a canção Campo de Batalha.

O lugar não é apropriado, pois uma bateria mais valente e uma guitarra distorcida não combinam com a acústica do auditório do Centro de Cultura e o barulho fica insuportável até pra gosta de Heavy Metal (e eu gosto). Já o som do pessoal, bem, é chato dizer, mas as bandas, de modo geral, das mais pesadas às de som, digamos, mais pop, parecem presas às influências lá dos anos 80. Uma das forças do rock é justamente a capacidade que o gênero tem em se inovar e incorporar elementos. Ligar as antenas, pessoal.

Por outro lado, o rock de Itabuna e região (bandas de outras cidades marcaram presença) está repleto de promissores instrumentistas, cantores e cantoras do estilo. Para muitos deles, a história mostra isso, o rock é um começo, através do qual eles podem
descobrir outras possibilidades musicais e trilhar caminhos diversos, afinal, ao despertar a paixão pela música, o rock sempre acerta.

P.S.: Ainda tentando evitar a cilada de opinar sobre a decisão dos jurados, a banda Paradoxo, de Itororó, com a música Paradoxo paradoxal, merecia melhor sorte. Um som groove, atual, uma letra esperta, um vocalista carismático e o único refrão que fez a platéia cantar. Enfim, o momento mais "festival de música" da noite de sexta-feira.
Aquilino Paiva, graduado em Letras pela UESC, é escritor e servidor público.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

O TEATRO MÁGICO


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Neste dia 24, domingo, no Centro de Cultura Adonias Filho, em Itabuna, vai acontecer um evento onde vai ter música, teatro, poesia, dança, tudo junto.
O TEATRO MÁGICO
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Um super espetáculo que merece todo carinho e parabéns por parte de quem gosta de arte, até pela ousadia de se produzir um evento desta magnitude.
Conversamos com Fabio Houp, produtor, para saber mais sobre o evento.
FABIO HOUP - Ao longo de 08 anos, já realizei eventos de todos os tipos, menos alternativos/culturais. Comecei a me empenhar pela cultura e arte para Itabuna em 2008 com o show da banda Diamba, onde 30% da bilheteria foram doados para instituições de caridade, juntamente com quilos de alimentos arrecadados pelo show. O evento aconteceu no Grapiúna Tênis Clube e tinha previsão para um público de 400 pessoas, até que, 1.700 pessoas compareceram.
AI – O Teatro Mágico: Vai ser um show de música, uma peça teatral ou um monte de artes no palco? Conte para nós o que será este espetáculo?
FH - É bem complicado definir como vai ser este evento, aliás, espetáculo. O Teatro Mágico mistura música, circo, poesia e elementos do teatro dialogando no mesmo espaço. Um verdadeiro sarau amplificado.
AI – Nos fale sobre os que vão participar deste espetáculo.
FH - Os artistas convidados para este evento já são parceiros da Sonzeira de longa data. Sururú Baião é a banda de 'xote e maracatú' que já tem seu próprio público cativo e ativo. Assim como Tom Oliveira e Hector Nobre, que são os vocalistas das bandas Ruarez e Forró Jahmar, respectivamente. Rafael Pin é o vocalista de uma banda nova - mas promissora - chamada 'Tia Tereza' e tem um grande talento e determinação. Teremos também a apresentação indispensável do Grupo Cabrueira e dos Poetas de Itabuna e região para concretizar o efeito de 'sarau amplificado' proposto.
AI – A divulgação está sendo bem feita pelos meios de comunicação, rádio, televisão e jornal?
FH - A divulgação foi feita, essencialmente, através das redes sociais, como o FaceBook e Twitter.
AI – Como é produzir um espetáculo desta magnitude em uma cidade onde a arte anda cambaleando?
FH - É, no mínimo, desafiador. Até os que partilham deste ideal te desencorajam!
AI – Você que é engajado à arte, o que nos falta para sermos um polo artístico?
FH - Apoio. Primeiramente pelos órgãos competentes, que é dever deles apoiar a arte e a cultura. E falta apoio dos empresários locais, que ainda não tiveram - acredito - a oportunidade de perceber que este é um bom investimento, onde envolve a força de formadores de opinião que farão com que a sua marca e produto se difundam, ainda mais, no comércio.
AI – Falta para Itabuna e região espaços para produções artísticas ou faltam produções artísticas?
FH - Faltam produções artísticas. Apesar de termos muitas. Mas falta, acima de tudo, iniciativa!
AI – O forró é um ritmo nordestino, mas Itabuna e região tem espaço para este estilo musical?
FH - Sim. A música, em geral, em bem vinda em todos os meios. Cada dia mais temos pessoas que se interessam pela diversidade e que propagam essa ideia. E tem dado certo!
AI – Nos fale sobre ingressos, perspectivas de público, ansiedade para o evento, etc. Fale-nos sobre os dias que antecedem o evento.
FH - Através das redes sociais e da mídia boca-a-boca já ultrapassamos a marca de 1.600 ingressos vendidos e esperamos atingir a capacidade máxima do local e encerrar as vendas em 2.500 ingressos até o dia do evento. Os detalhes da logística estão sendo alinhados com todos da equipe e com os parceiros para que tudo saia conforme o planejado e aconteça nos horários previstos. Queremos que tudo saia muito bem organizado e bonito para todos e isso gera um nervosismo muito grande, cada minuto demora uma eternidade e quando chega o dia seguinte já não sobra tanto tempo assim.
AI – algo a acrescentar a este bate papo virtual?
FH - Não, nada. Foram perguntas muito bem acertadas.
AI – Agradecimentos.
FH - Como a Sonzeira, ao longo destes 4 anos, ainda não conseguiu apoio ou patrocínio, vamos nos ater a agradecer aos parceiros deste blog, que igualmente, se empenham para propagar a arte e a cultura de nossa região.

domingo, 17 de julho de 2011

ENTREVISTA: Chica de Cidra.

chica de cidra 2Com certeza quando tivemos a idéia de construir este pequeno blog, era apenas para registrar alguns dos grandes artistas que temos em Itabuna e tão logo percebemos que a região não poderia ficar de fora.

Alguns baluartes da nossa gloriosa arte já passaram por aqui e nos deram uma incrivel satisfação por atender nosso apelo, mas este ser humano que vamos trocar um papo virtual é por demais glorioso e não poderia ficar fora, pois nós aprendemos a amar como pessoa e de igual forma a sua arte.
Creio que se o blog não continuar, por falta de apoio dos artistas, com certeza teremos a certeza de ter tentado algo e também a satisfação ímpar em poder falar virtualmente com estas pessoas grandiosas.


Quem conhece a noite regional já se embalou ao som desta voz maravilhosa e já se encantou com músicas tão bem interpretadas pela voz, firme e doce de Chica de Cidra.

AI – Antes de tudo reverenciar uma das grandes divas da nossa arte regional. Que tal um balanço destes tempos que você milita na nobre arte de cantar em nossa região, pode ser?
CC - Obrigada meu querido por seu carinho. De lá pra cá muita coisa mudou, temos uma gama de excelentes profissionais no mercado. No início de minha carreira foi muito difícil não tinha tecnologia, era microfone, mesa e caixa de som e uma câmara de eco, quando tinha. Senão era microfone, caixa de som e gogó rsrsrs. Apesar das dificuldades foi muito divertido, gratificante. Sou uma pessoa de sorte, abençoada por Deus! Hoje é muito fácil cantar, com o avanço da tecnologia não exige tanto aperfeiçoamento e técnica vocal. As correções e falhas são feitas automaticamente. Tem a mídia que contribui para a divulgação do trabalho.
PQAAAAIFDAwc5jUgXbsHt2fdaGFRdJZ7bx7fCwgr_O-h8EGfUq6QiBvJgj-OzEHE5jWA5-2oUoTiYtF1wHEtpFDS01wAm1T1UMwSW9062F7Hhm9Ye_GLF4qE6IZnAI – Antes era difícil registrar a arte em disco (Gravar), hoje há uma maior facilidade, isto ajuda ou atrapalha?
CC - Ajuda muito, hoje é muito simples e prática a gravação de um CD ou DVD.
AI – Dos artistas da nossa região quais você destaca como eternos e como revelações?
CC - Os artistas eternos de nossa região são Saul Barbosa, que extrapolou e conseguiu o reconhecimento internacional, com uma musicalidade incomparável, realmente um maestro, como era conhecido; Jorginho (Jorge Lago), Reizinho e Lula Armstrong. Como revelação, entre tantos outros, temos Fábio Souza, Simone Lessa, Verônica Bonfim e, sem nenhuma pretensão a minha filha Anne de Cidra, uma artista talentosa, disciplinada, é a minha continuação refinada.
AI – Quais são os projetos da Chica para os próximos anos na área artística?
CC - O próximo projeto será a realização do meu show, contando a minha história em 31 anos de carreira. Muito em breve acontecerá. Hoje sou evangélica, e pretendo levar a palavra de Deus conforme o querer e a vontade dele, louvando e glorificando o seu nome.
AI – Qual é a razão principal para que os artistas de nossa região não consigam ser organizados em grupos para reivindicar melhores condições para a classe?
CC - Acredito que seja a união. Precisamos entender que cada um tem o seu estilo, sua maneira de cantar e encantar, respeitando isso, poderá surgir um grupo forte. Também sobreviver de música é muito difícil, pois o músico não tem a valorização que merece. Não sei se o problema é da crise regional, mas está difícil viver só de música. Às vezes o contratante quer fixar o cachê que quer pagar, é como colocar preço no trabalho dos outros. Essa visão errônea tem que acabar. A música é importante na vida de todas as pessoas, o artista também.
chica de cidra 1AI – O quanto a mídia local ajudou você na sua carreira ou não ajudou em nada? Qual a sua relação com a imprensa?
CC - Muito do que sou, devo a imprensa, pois não basta ter talento, quando apresentamos um trabalho que o público merece, a resposta é o sucesso e reconhecimento, é o respeito ao público. A imprensa exerce um fator preponderante na vida do artista. Quero aproveitar este momento para agradecer a toda à imprensa que sempre me prestigiou. Que os novos talentos tenham este apoio tão importante.
AI – O que significou o projeto Jupará pra você, que participou com músicas nas coletâneas lançadas pela Jupará Records?
CC - Significou uma parte importante da minha vida artística, foi o reconhecimento do público ao meu trabalho, também dos compositores que confiaram em mim, para apresentar as músicas de suas autorias. Obrigada ao Jupará Records, obrigada aos compositores.


Divindade (Herval Lemos)


Céu Neon (Divanildo Nunes)

AI – Deseja acrescentar algo ao nosso bate papo? Esteja à vontade.
CC - Gostaria de dizer que este bate papo foi essencial, porque é um momento em que posso afirmar que tenho muito a agradecer a esta região, por todo carinho recebido, pelos elogios, pela oportunidade de contribuir para a alegria das pessoas, por todos que acreditam em mim, e me patrocinam. O fato de cantar para elas me faz feliz e realizada, porque sucesso não é só aparecer no cenário nacional, para mim sucesso é saber que posso através da minha voz alegrar corações, ajudar grandes e pequenos amores, e, sobretudo, ter a consciência que o dom de cantar que Deus me deu, é para espalhar alegria, amor, paz e felicidade, alimentar os espíritos, e isso independe do tamanho do lugar.
AI – Agradecimentos.
CC - Agradeço a Deus que me deu o dom de cantar e permitiu que tudo isso acontecesse, a meus pais por me fazerem existir, a todas as pessoas que contribuíram para o meu sucesso, a esta região que me ajudou tanto na minha carreira, a minha família, aos meus filhos Anne e Anthone (meus amores), e a imprensa que sempre me incentivou.
Mais vídeos (Clique aqui)

Chica de Cidra - Velocidade da Luz
Chica De Cidra

sexta-feira, 15 de julho de 2011

ENTREVISTA: Anne de Cidra

Cartaz 03Podemos dizer que ela é uma grata novidade, mas novidade para quem vai conhecer agora, pois cantar, ela deve cantar desde os tempos que ainda estava na sala de espera do mundo, esperando seu momento de brilhar. Parafraseando o dito popular: Ela não nasceu, estreiou.
O papo de hoje é com uma bela mulher e uma bela voz. Anne de Cidra.
AI – Você tem um exemplo em casa de alguém que batalhou muito e ainda milita na área da arte. Como é entrar neste mesmo campo, fica mais fácil ou mais difícil por levar o nome artístico de sua mãe?
AC - A influência é grande. Tenho muito orgulho e admiração por minha mãe. A minha preocupação é trabalhar com ética profissional, comportamento que norteou a vida dela, ter responsabilidade com a profissão, respeitar meus colegas de trabalho e procurar melhorar cada vez mais, porque é isso que devo ao público. No mais, cada uma tem seu estilo, somos eternas amigas, cúmplices em tudo. Nosso sobrenome não é artístico, vem do meu avô materno Pedro José de Cidra. Eu sou fã incondicional da minha mãe e agradeço a Deus por ele ter me concedido a melhor mãe do mundo.
 
AI – Quais são os ritmos que você gosta de interpretar e por quê?
AC - A música está em minha alma. Sou uma cantora eclética, gosto de cantar um pouco de cada coisa. Fazer um passeio musical brasileiro. Mas os que tocam bem fundo no coração é o forró, o pop e axé.
Anne de Cidra 03AI – Tem espaço para “Viver de música” em nossa região?
AC - Infelizmente ainda não. Mas acredito que isto muito em breve irá mudar e os artistas terão seu devido valor.
AI – Além de cantar você toca algum instrumento?
AC - Apesar de ser apaixonada por contrabaixo, só consegui tocar uma música, (risos). Quatro semanas de Amor, não sai mais nada, (risos). Mas acredito que malhando eu chego lá.
AI – Temos grandes interpretes na nossa música que não compõe. Você já compõe ou pensa em compor?
AC - Esse é um dos meus sonhos. Ainda não componho, mas sei que vou compor, sinto isso.
AI – Como é o seu relacionamento com a mídia na região? Você tem apoio?
AC - Graças a Deus não tenho do que reclamar, só a agradecer. A mídia sempre esteve aberta para mim e minha família. Aproveitar esse espaço para agradecer.
AI – Todos buscam o sucesso, embora para cada um o sucesso tenha um peso, uma medida, diferente. Você pensa em alcançar o seu sucesso aqui na região ou vai sair para outros centros maiores?
AC - Penso em ter o reconhecimento da minha terra, de minha região. E se for da vontade de Deus alçar novos voos.
Anne de Cidra 04 para escolherAI – Quais os seus projetos futuros?
AC - Conseguir um grande empresário, ou ingressar numa banda estruturada, onde eu possa levar meu canto com muito amor, pra esse mundão de meu Deus.
AI – Gostaria de acrescentar algo ao nosso bate papo? Sinta-se à vontade.
AC - Que Deus abençoe vocês a cada dia. O espaço é maravilhoso e estava faltando para nós artistas. Amei passar um pouco da minha história, foi muito bom. É isso, tamos juntos e misturados (risos), conte comigo sempre.
AI – Agradecimentos.
AC - Agradecer é uma das melhores coisas da vida. Agradeço ao meu Deus vivo que é tão misericordioso com todos nós, e me concedeu o dom de cantar, herdado através da minha mãe, na minha concepção a melhor artista que conheço, por tanto me ensinar, dentro e fora da vida artística. A todas as pessoas que me patrocinam, espero sempre poder contar com esses apoios, aos meus amigos e colegas e em especial a dois anjos da guarda, Rafael e Mayzinha, fãs seguidores de longo tempo, que me dedicam muito da sua vida. A minha madrinha Socorro Pastor que é especial em nossas vidas. Ao meu marido Sérgio por compreender o meu trabalho e ser o meu maior incentivador, a minha linda filha Júlia Liz, que me faz ter vontade de cantar cada vez mais o amor, ao meu irmão amigo Anthone e minha prima Vanessa que tanto me apoiam e incentivam.
a certa

quinta-feira, 14 de julho de 2011

CONSIDERAÇÕES - Por Theo Fagundes.

Sobre a Música: considerações iniciais (sobre o "bom" e o "mau" gosto) ...


Há alguns meses lendo, pensando, pesquisando e repensando sobre o tema, precisava organizar as considerações resultantes desse processo inquietante. Sendo assim, sigamos em frente, porém _por hora_ detendo-se à questão do “bom ou mau gosto” concernente à Música.
Será mesmo que essa não passa de mais uma “questão subjetiva”, do tipo defendido pelos que afirmam: “o que é bom gosto pra você, pode não ser pra mim”, ou vice-versa? Será que devo mesmo, a partir disto, elencar alguns Ícones das últimas três gerações _por exemplo_ juntamente a algumas produções “musicais” da contemporaneidade? Penso que não... digo que não...clamo que jamais...
Quando me deparo com alguma questão aparentemente problemática, ajo conforme aprendi com a tradição grega do ocidente: perscrutar tal questão até o seu princípio, e a partir disto reconstruí-la. Então, voltemos à Música com um olhar “panorâmico”, e percebamos o caminho que a mesma percorre na História das Civilizações.
Não pretendo reescrever a História da Música; e nem mesmo defender um “estilo” em detrimento de outro. Em tempos e épocas diferentes; entre tribos e nações que nunca tomaram conhecimento uma da outra; e em qualquer dimensão humana que tenha passado por esse nosso chão, a Música, sempre, esteve entre as manifestações mais sublimes, significativas, relevantes de cada povo. Em suas cerimônias e rituais mais importantes; nas celebrações de maior êxtase...enfim... uma forma de expressão da interioridade, uma manifestação de valores, princípios, expectativas; e por algumas vezes, um busca por contato com a Divindade.
Em seu best-seller “Uma Breve História do Mundo”, Geoffrey Blainey ,relata como figuras expostas em “parques arqueológicos” no mundo inteiro são traços marcantes que apontam para uma relação fundamental entre Homem e Música desde quando aprendemos os primeiros modos de comunicar-se, há milhares de anos. O mesmo pode ser testemunhado ao se ler “A Cidade Antiga”, de Foustel de Coulanges, onde se encontra relatos da imanência da musicalidade entre as primeiras “grandes civilizações ocidentais”.
E não seria necessário discorrer de modo prolixo aqui, falando sobre a Música na Idade Média, entre os Modernos...; pois no fim, o faria para corroborar sobre o mesmo discurso: que existe sim, um critério que demarque, afira, na discussão sobre o famoso “gosto musical”: o chamo de “critério de relevância e significado”. Minha geração é que não percebe isto...!
Não se trata de julgamento de valor moral; antes, de valor estético. Se a Música é, foi, e será sempre uma expressão de determinada cultura; ou se até mesmo “a arte imita a vida”, como já rezava o dito popular, então lamento: coitados serão meus descendentes...! Serão da geração que faz “música” com o traseiro (bunda mesmo...!), que consome lixo técnico, cultural, acima de tudo existencial, sobre o pretexto de ser uma música “diferente”, animada, um barato...! Triste geração: consome lixo como entretenimento, mas que ainda arroga-se disto.
Sim; entretenimento também compõe a musicalidade, sendo uma de suas muitas facetas; mas Música sem o que a originou, estabeleceu-a, legitimou-a como sendo essa “coisa” que tanto nos apela e constrange, não é boa mesmo...! E assim têm sido desde o princípio das eras: o homem pondo na música uma carga de valor afetivo, existencial, o que mais lhe apela individualmente, o que possui uma relevância tamanha que chegue a marcar sua própria cultura e etnia; é desse poder e fascínio da Musa Euterpe (http://pt.wikipedia.org/wiki/Musas) a que me refiro..., a capacidade de mover multidões, unir em torno de algo uma comunidade, expressar e perpetuar nas emoções as dádivas sagradas compartilhadas ali, por todos. Essa é a “Coisa” que ,por mais diferentes que sejam as manifestações culturais e temporais, atravessou toda a nossa História até aqui: essa é a “boa” Música; a que dança em todos os ritmos, mas que transcende, resiste, revoluciona, consola, transcende, humaniza, diviniza....!
Nessa minha consideração inicial está posto o primeiro “mandamento” : a Música têm como destino fatal, desde seu início, a ser significadora entre os homens; cheia de apelo e sedução para o que o exalta ...o glorifica mesmo nas tragédias, Ela é popular, por que é a alma deste povo que extravasa por meio dela, jamais supondo-se “popular” como rebaixadora de nossa grandeza humana. A Música é dádiva dos céus aos homens, é nossa, em toda a sua complexidade matemática, tanto quanto em sua simplicidade existencial; é nossa para engrandecer-nos, e por meio dela expressemos o que possuímos de mais nobre, transformador...; inverter essa ordem é repetir o que se vê em cada esquina: “música” como instrumento de humilhação, vergonha, promiscuidade, devassidão...ou no máximo de “animação”. O resultado é sempre vazio, inócuo, irrelevante, produzindo gente com as mesmas características do lixo que se presta a ouvir.
Vão me chamar de moralista, puritano, e afins...! O que é fato: Música “boa”, faz bem pra saúde; do corpo e da alma...; e isso é de bom gosto. Música “ruim”, “quem tem ouvidos, ouça (ou melhor não...risos)...”; e quem tem olhos veja: não vai precisar andar muito...! Será que é tão complicado assim?

Por Theo Fagundes






















 
Aprendendo a viver à partir
do aprender a morrer: uma meditação
Artigo publicado no Jornal BAHIA HOJE, em 11/08/09 - A Morte: o inevitável caminho de todos os homens!! Parafraseando o grande mestre (Sávio Rosa. Phd.): “nascer é uma probabilidade, viver uma incerteza, morrer, no entanto, é fatalmente determinado”. Sendo “a Morte” o grande evento da vida, _pois é a sua coroação_ pensá-la, discutí-la , confrontá-la, e aceitá-la... é tarefa de todo o ser, dito humano, que dignifique a sua existência: sim, pois é o poder criador e significador do humano que o distingue, dentre os demais seres vivos, o colocando na condição singular e única de pensar a “vida e a morte”, da perspectiva que lhe parecer relevante e dotada de significado..
É aceitando esse status singular _o de sermos os únicos aptos a pensar sobre o inevitável destino de todos, o do encontro com a morte_ que proponho, intermitentemente, fazer dessa aptidão natural, uma experiência marcada pela intencionalidade de imprimir novos valores e significações em nossa existência, passando do meramente determinado e fatalístico, para a percepção do poder transformador, de na vida, dar-se o privilégio de pensar na morte, à fim de que o olhar se mude, e a prática seja ,na vida, prazer, aprendizado, sabedoria, afetividades gratuitas...sim, tudo de mais filosófico possível, quando se entende que o “filosofar sobre” é um “pisar o mesmo caminho de todos os dias com outros olhos... um desvelamento do que até outrora fôra natural”.
Utilitarismo? Pragmatismo? Jamais. Antes é descobrir a relevância do filosofar pisando no chão da existência: é aqui que as coisas se verificam, legitimam, ou desvanecem.
Em um viver cotidianamente frenético _ que é o contemporâneo_ todos correm, mesmo que por caminhos desencontrados, em direção ao mesmo ideal: a felicidade. Cegueira... ilusão...; pois ao se olhar um pouco mais atentamente a constatação da realidade é a da fragilidade, efemeridade da vida. Em sua própria constituição, a vida é passageira, é caravana..., é peregrina errante tendo a morte como companheira, e como fado. A famosa ópera “Carmina Burana” expressa intensamente o elemento trágico dessa nossa peregrinação; pois quem não sentiu _ou quem sabe tenha visto_ a veracidade destas estrofes?. Eis: “Oh destino, és como a Lua, mutável, sempre aumentas e diminuis; ah detestável vida ,ora escurece, e ora clareia; por brincadeira mente;miséria, poder, ela os funde como gelo. A sorte na saúde e virtude agora me é contrária; dá e tira mantendo sempre escravizado.Nesta hora sem demora tange a corda vibrante ; porque a sorte abate o forte,chorais todos comigo!”Morte e vida caminham amigas, e não se dedicar à tarefa de pensar a vida à partir da certeza da morte, é ser condenado à muito mais do que ver a vida passar, mas à “passar junto com a vida”. È garantia de _ se tiver a sorte de envelhecer_ ver sua boca se encher do “provérbio bíblico da sabedoria tardia, o Eclesiastes” : “chegaram os maus dias e não tenho neles contentamento algum”. Já graceja um dito popular americano: “a juventude é desperdiçada no jovem...!” , e essa é a minha preocupação: é com gente que se deixa tolher a fantasticidade de um viver exuberante e cheio de relevância, por estar apegado à questiúnculas , picuinhas mesquinhas, antipatias imotivadas; ou levado por tendências de nossa época, principalmente as de origem midiática. Roubaram-nos o sentido da vida...os valores mais respeitáveis, o gozo da família, a fidelidade na amizade, o valor próprio, o senso de propósito, e uma visão do futuro sem todas aquelas futilidades que sedimentam as ambições de nossa geração. Roubaram-nos a vida quando tiraram de nós a presença e gravidade da morte. Mutilaram-nos _e com nosso próprio consentimento_ quando descaracterizaram o viver diante de nós, arrancando-o seu elemento trágico constitutivo: a reverência diante da vida...e da morte.
Independente de qual seja a crença que predomine (e as crenças têm, cada uma ao seu modo, um horizonte pós-mortem), o que é inadiável é: todos morreremos sim. Se morreremos , então vivamos com urgência; com relevância, alteremos a cadeia de prioridades de nossa existência aqui. Pensemos na vida como quem morre, para que não chegue o dia em que todo o acúmulo de “saber” seja amargo ao paladar de quem ,pra si mesmo, só herdou uma sepultura, e um epitáfio: “...devia ter vivido mais... amado mais...errado mais... ter sido mais feliz”. Se a finalidade da vida é a felicidade, atingi-la sem pensar a morte em seus termos radicais é impossível; (no tocante a mim) a filosofia (e o Evangelho) são os mediadores desse processo, remédio e instrumento na busca da finalidade última da vida. Ser feliz é a busca final, e isso torna o nosso agir no “durante” ,muito, mas muito mesmo, diferente...

sexta-feira, 8 de julho de 2011

TROMBONE DO AQUILINO.

Eu também vou reclamar…
Ou
Reflexões de um domingo em Itabuna.

Aquilino Paiva

Umas semanas atrás, assisti ao show "Trovador", dos irmãos Igor e Tony Carvalho, no Centro de Cultura. Poderia fazer vários comentários sobre o show, alguns elogiosos e
outros nem tanto, mas, como já se passou muito tempo para uma crítica musical, retomo
o evento dos jovens cantores pra falar de outra coisa.
Nas conversas que tive sobre o show, quando se comenta o que gostamos e o que deixamos de gostar, uma coisa ultrapassa o evento em si: a disposição dos rapazes para fazer um evento artístico em Itabuna. Reunir uma banda, pensar em um espetáculo, montar um repertório, ensaiar, cobrar ingresso... Em Itabuna isso, hoje, nos parece heróico. É assim mesmo que tem que ser?
Cá estamos nesse domingo modorrento nas terras de Tabocas e volta o pensamento sobre a tal da cultura e da diversão nessas bandas. Como dizia Raulzito, eu também vou reclamar. E temos muito do que se queixar. Pode-se fazer uma lista imensa das queixas, mas ela pode se resumir àquela frase que todo mundo diz umas três vezes por semana:
"fazer o quê em Itabuna... Reposta: ir por bar beber cachaça" (o que pode ser bem divertido, se não fosse opção única). Fica mais melancólico ainda na semana em que o único shopping da cidade inaugura uma reforma anunciada com muito barulho sem sinal de reabertura das salas de cinema, fechadas no início das obras.
Reclamar é necessário, libera umas energias negativas, xingamos as autoridades (elas quase sempre merecem), e, principalmente, reclamando vamos esclarecendo a pauta do que queremos. Nesta era cibernética, reclamar na rede pode até reverberar e dar algum resultado. Sem esquecer que é sempre hora para a ação e que é sempre possível fazer algo na prática.
Assim fica a saudação aos que se mexem e realizam, e aqui volto ao Trovador. Quem
esteve lá viu um show que é a realização de um sonho dos irmãos cantores. Arregaçaram as mangas, fizeram o que sabem. Ficou bom numas coisas, problemas com outras (errar a letra das músicas não pode, rapazes), mas os caras ofereceram à platéia, além do canto e da arte, o melhor que podem fazer e a vontade de fazer. Aplausos pra eles.
Aquilino Paiva, graduado em Letras pela UESC, é escritor e servidor público.


Fotos do espetáculo O TROVADOR.
 

Show o Trovador (26)     Show o Trovador (16)

Show o Trovador (6)     Show o Trovador (38)

Show o Trovador (37)


POR ONDE ANDAS?

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sábado, 2 de julho de 2011

BATE PAPO: Marcelo Ganem

Tem gente que tem uma história tão imensa que mesmo contando um capítulo por dia, toda a eternidade será pouca para chegarmos ao capítulo final.

Um grande expoente da arte grapiúna nos concedeu um breve bate papo vitual.

MARCELO SANJUAN GANEM

09

Marcelo Ganem, por mérito próprio, transformou-se numa espécie de grife regional. É músico exigente e refinado, vindo da linha direta da melhor MPB (com as indefectíveis influências da Bossa-Nova e do seu maior profeta, João Gilberto). Cuidadoso, não trabalha no estilo linha de montagem: fez, em 24 anos (de 1985 a 2009), apenas quatro discos: Serra do Jequitibá (1985), Ganem (1986), Tributo à Mata Atlântica (2001) e este Encantado (2009). Em todos, o mesmo toque da magia de um artista que tem um olho no pentagrama e outro nas gentes de sua terra. Para estas, o poeta tem a expectativa de tempos melhores, desde que seja descartada a passividade, conforme diz em Oração ao sol: "Desta vida que nos resta/queima tudo que não presta/fica só com o que é bom".

Antônio Lopes - Jornalista da equipe do Agora.
Autor de Buerarema falando para o mundo, dentre outros títulos.

* Trecho do texto extraído do site de Marcelo Ganem

Marcelo Ganem

AI – São muitas conquistas que você obteve em sua longa carreira artística, ainda sonha com o reconhecimento nacional?

MG - É só cantar que tudo flui como em "Travessia": "Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver...". e assim vamos ganhar o mundo. Viajo de novo em breve... Surpresa!

AI – É claro que a paixão é vital para se desenvolver arte, mas como se manter atuante neste mercado que não permite se viver plenamente da arte?

MG - É só ser Brasileiro! Já dividi cama com rato por causa da musica, mas agora tá bem melhor.

AI – Você já lançou quantos discos? Participou de quantas coletâneas?

MG - 02 LPs, 02 CDs e inúmeras coletâneas (JUPARÁ, CANTA BAHIA, ZIC BOOK, ETC.)

AI – Nos conte sobre seus projetos atuais e futuros.

MG - Projeto futuro é agora, daqui a 30 dias vocês saberão, deixa fechar no papel primeiro. Sou do mato, sou cismado. Só se deve falar quando estiver com o contrato concluído. Logo, logo vêm novidades.

AI – Esteja à vontade para falar sobre algo que não perguntamos, mas que gostaria de falar.

MG – Levantar a autoestima grapiúna, agradecer por tanto carinho por parte dos profissionais da imprensa, amigos, admiradores, estudantes, etc.

AI – Dos artistas da região, quais você destacaria como eternos e as revelações?

MG – De Sosigenes à Jackson Costa, a constelação, como diz Ramon Vane, é extraordinária.

AI – Concluindo...

MG – Pra vocês a minha eterna gratidão pela grandiosa oportunidade de me comunicar com milhares de pessoas que nos acompanham e reiterar o meu convite para o lançamento, aqui no Brasil, ainda este ano, do CD intitulado “AMOROSO CHOCOLATE”.

Obrigado e sintam-se convidados.

Site - http://www.marceloganem.com.br

Faixa do CD Amoroso – Comunidade (Baixe aqui)

 

Marcelo Ganem3Marcelo Ganem411

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