segunda-feira, 25 de julho de 2011

TROMBONE DO AQUILINO.

E o Rock nunca erra
Por Aquilino Paiva
Aquilino 2








O rock ocupou a categoria Banda no festival Multiarte Firmino Rocha, em Itabuna.
A maioria das bandas que se apresentaram era do gênero.

Esse senhor já tem seus sessenta anos de vida, nasceu lá pelos anos 50. É de impressionar que seja o rock a porta de entrada de tantos jovens no universo da música. Pelo menos aqui nessa freguesia, onde o gosto musical mais popular é bem diferente. É que o rock segue sendo muito mais que música, mas como uma linguagem onde, pela música, parte dos jovens consegue traduzir sentimentos, opiniões e atitudes. No mundo inteiro, em qualquer língua. Como disse o Lobão, na música “O Rock Errou”,

“Música do Planeta Terra
Cantiga de guerra
Canto, espanto e fico rouco”

Pelo número de bandas que se inscreveram, fica claro que a música que rola nas ruas, festas e simpáticos carros de som potente pela região é bem diferente do que os
jovens talentos andam experimentando nas garagens por aqui. É por isso que essas
bandas parecem que ficam meio escondidas o ano inteiro. No festival Firmino Rocha
elas mostram as garras, braceletes e cabelões, aparecem com força total, com direito até às invasões de palco de Gildo Energia, um patrimônio do rock grapiúna que atravessa gerações. De algum modo, pode-se dizer que o júri entendeu a coisa toda, reservando um honroso terceiro lugar à banda Elisadeth, que defendeu a canção Campo de Batalha.

O lugar não é apropriado, pois uma bateria mais valente e uma guitarra distorcida não combinam com a acústica do auditório do Centro de Cultura e o barulho fica insuportável até pra gosta de Heavy Metal (e eu gosto). Já o som do pessoal, bem, é chato dizer, mas as bandas, de modo geral, das mais pesadas às de som, digamos, mais pop, parecem presas às influências lá dos anos 80. Uma das forças do rock é justamente a capacidade que o gênero tem em se inovar e incorporar elementos. Ligar as antenas, pessoal.

Por outro lado, o rock de Itabuna e região (bandas de outras cidades marcaram presença) está repleto de promissores instrumentistas, cantores e cantoras do estilo. Para muitos deles, a história mostra isso, o rock é um começo, através do qual eles podem
descobrir outras possibilidades musicais e trilhar caminhos diversos, afinal, ao despertar a paixão pela música, o rock sempre acerta.

P.S.: Ainda tentando evitar a cilada de opinar sobre a decisão dos jurados, a banda Paradoxo, de Itororó, com a música Paradoxo paradoxal, merecia melhor sorte. Um som groove, atual, uma letra esperta, um vocalista carismático e o único refrão que fez a platéia cantar. Enfim, o momento mais "festival de música" da noite de sexta-feira.
Aquilino Paiva, graduado em Letras pela UESC, é escritor e servidor público.

Um comentário:

Anônimo disse...

Palavra de quem entende! Sucesso!!!
by Goh...