segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

RAMON VANE EM UM BATE PAPO VIRTUAL.

RAMON VANE (3)Nascido em Buerama, pequena cidade no sul da Bahia, em 17 de janeiro de 1959, pode-se dizer que apareceu no mundo trazendo com ele a arte de representar a vida através do teatro. Foi aluno de teatro (cursos de curta duração) de Mário Gusmão, Jurema Penna, Pedro Mattos, Nilton Lavigne, Équio Reis, Fernando Guerreiro, José Delmo, José Araripe, Arly Arnaud.
Já foi dirigido por todos seus professores e mais: Aldo Bastos, Roberto O'Hara, Gideon Rosa e Jidebaldo de Souza.
Atuou como "Afonso Ribeiro", "Cego", "Pintor Italiano", "Outro Degredado" e "Figurantes" em "Auto do Descobrimento", texto de Jorge de Araújo, Direção de Pedro Nattos, Grupo de Teatro da FESPI (Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna), 1979/1983; como "Garoto propaganda de cigarros", "Daniela Gay", "Poeta", "Figurantes", em "País de Sir Ney", texto e adaptação de Aldo Bastos, GTI (Grupo teatral Itabunense); como "Coronel Marculino da Fonseca" e "Bastião", en "Cacau Verde Ou Nem Tudo Que Reluz É Ouro", como autor e diretor "Antropofagia Grapiúna", final do curso de teatro que ministrou em Itabuna, patrocinado pela FICC. 2003; como "Louco", "Repórter de Rádio", "Pirulito", "Poeta", "Punk", "Amália", "Pretendentes 2 e 4", em "Grupo de Arte Macuco Uma Indústria de Sonhos", direção José Delmo, Grupo de Arte Macuco, 1985/1990; "Herodes Ântipas", em "Crucificação e Ressureição de Jesus", adaptação, roreiro e direção de Équio Reis (FICC-Itabuna-Bahia); como "Louco", "Repórter de Rádio", "Pirulito", "Poeta", "Amália", "Pretendentes 2 e 4" em "Deus e o Diabo na Terra Brasilis", direção Grupo de Arte Macuco, texto e adaptações en parceria com José Delmo, 1987/1992; como "Louco 1", "Pedrão Curuca", "Lavadeira", "Godofredo" e "Amália", "Louco 2", "Poeta", "Pirulito" e "Fernando Pessoa", em "Nem Louco, Nem Tão Pouco", direção de Jackson Costa. No cinema atupi em "Prafrente Brasil", no longa metragem "O Homem Que Não Dormia", direção de Edgard Navarro, 2009.
Conquistou o primeiro lugar no III Festival Grapiúna de Monólogos, interpretando “O Louco”, de Jackson Costa, no Centro de Cultura Adonias Filho, em 2009.
Fonte – Site da FICC

VÍDEOS:


http://www.youtube.com/watch?v=JDinimC1Zpk
http://www.youtube.com/watch?v=_0t26gatspI

AI - Como o artista deve se comportar com a nova linguagem (Internet)?

RV - Gosto muito de estar “ligado”! Tem três anos que não consigo ter acesso, se não através da Lan House, ao mundo virtual. O artista deve se comportar dentro de suas perspectivas criadas através de suas próprias técnicas... Cada um tem a sua. O artista é um criador. Permitindo acatar a ideia divina, depois de Deus! Assim sendo, nem sempre o criador agradará... O artista inova? O artista transforma? O artista propõe com a sua arte mais uma linguagem que se consegue comunicar dentro da holística visão mundana e como inexplicável sentença poderá imprimir no seio social novas regras e até leis.
Leio quase sempre as críticas de Bráulio Tavares, me peguei outro dia me indagando sobre as leituras e releituras dos escritores nordestinos e/ou brasileiros, e novamente, concordei com o seu dizer que não há novidade em termos de estilo, mas quase cópias de Graciliano Ramos, Euclides da Cunha, Jorge Amado... Prosa, né? Assim, precisamos novos estilos quiçá como atrativos de mais leitores, de nossa gente, de nosso tempo hodierno, dessa contemporaneidade, e até mesmo nessa “nova linguagem”. Também, Bráulio Tavares não sabe da existência da nova geração de escritores regionais, Cláudia Martins, Marialda Silveira, Ulisses Carvalho, José Delmo, Genny Xavier, Gustavo Haun, até mesmo os neófitos, Daniela Galdino, Naynara Tavares, Gil Vicente... O facebook está cheio de gente nova escrevendo. Seja em teatro, música, dança, artes plásticas, artesanato, cinema, fotografia, etc. Trazer para ser apreciada a sua obra.

AI - O que fazer para criarmos novos artistas e um público maior para as produções regionais?

RV - É o antigo pedido de investimentos no setor. Promoções de saraus, exposições, feiras, mostras, oportunizando e incentivando o novato, o emergente e valorizando os tarimbados! Quanta tristeza nos causa o sumiço das Feiras de Arte de Buerarema, promovidas pelo Grupo de Arte Macuco, que aos trancos em seus últimos instantes nos vemos quase separados... O Terravista Festival, ponto de encontro do artista grapiúna, também. Assim, tantos outros movimentos, como as Semanas de Arte e Cultura de Ibicaraí, Uruçuca, Ubaitaba... Parabéns pra Barro Preto com seu Instituto de Arte e Cultura, em especial na pessoa de Jean Reis. As Secretarias de Educação Municipais e suas Diretorias, os setores de Comunicação da UESC, FTC e UNIME, assim como os órgãos de divulgação e formação de opinião, vejo escassamente, timidamente fazer algo pelos artistas regionais. Uma nova pedagogia pela reformulação já do fazer artístico-cultural, porque nem mesmo as Conferências Estaduais e Nacionais do meio, com suas vagarosas (ou nenhuma) respostas tem feito algo em prol.

AI - Em qual estágio está a arte (Principalmente em sua área), na região?

RV - Nunca foi tão pior, tão distante, tão insossa, patética e tímida a estação que estamos nas artes literárias, poéticas, plásticas e teatrais. Por ironia, e ao contrário há uma efervescência de novos artistas, como sempre, e que terminam indo para o ralo do destino casual e/ou convencional até, que é o casamento, a profissão remunerada, em busca de outro caminho para a sobrevivência e até a vivência. Mesmo que se retome depois, mas há o espaço rançoso e pernicioso da estagnação.

AI - Quais os projetos presentes e futuros?

RV - Ando cheio desde menino. Há um personagem que já não me lembro do nome que terminava por dizer: ”Só o que me resta é o dinheiro!”. Rs. Para investimento na produção dos livros, dos quadros, das peças, dos cursos. Hum... Os projetos que nos pedem cada vez mais sofisticados e burocráticos acabam por privilegiar obras que o povo não vai consumir, e estou na maré da mesmice, esperando uma FICC, uma PETROBRÀS, uma empresa aí q reconheça esses trabalhos.

AI - A mídia local dá a devida atenção aos artistas da região?

RV - A mídia dança arrocha e gospel, levadas e outras linguagens dúbias que avassala o tempo de agora. Mas, acho que já respondi, essa! Rs.

AI - Falta conhecimento cultural aos expectadores ou a arte não está em sintonia com a linguagem do público local?

RV - Proporcional. A pedagogia de Paulo Freyre poderia voltar à moda. Se reconhecer gente, gente da casa, que precisa qualificar a mão-de-obra, que precisa pluralizar os horizontes, e basicamente se reconhecer histórica e bela. Criativa e sensual. Ameoafrobrasileuríndia!

AI - Algo a acrescentar ao nosso bate papo virtual?

RV - É. Entre suores, dores, cores, amores/ por diferentes ares, mares, lares, em todos os lugares/ é preciso olhar o mundo/ com olhos de gigantes/ para provermos os melhor/ do néctar/ nossas vidas/ neste Universo/ é preciso conjuminar as ideias/ para chegarmos a denominadores comuns/ verdadeiros fogos / que clareiam/ esta caminhada da paz.

AI - Agradecimentos.

RV - Agradeço a Edgard Navarro que confiou em me dar um personagem de destaque no seu mais recente e premiado longa metragem “O HOMEM QUE NÃO DORMIA”, que fui premiado já duas vezes, no Festival Nacional de Cinema de Brasília e No FESTCINE NACIONAL de Goiânia, como melhor ator coadjuvante. Tendo reconhecimento nos FESTCINE de Vitória da Conquista, SP e RJ. E ainda estamos na expectativa de mais Festivais. Ele, próprio ganhou m prêmio de melhor diretor, e Moacyr Gramacho, de diretor de arte, pelo “nosso filme”. Estou muito feliz. Agradeço a TRUQUE PRODUÇÕES (SSA) e sua diretora Sylvia Abreu. E toda a equipe técnica e ao elenco da película, com especial carinho e reconhecimento ao padrinho e preceptor de Glauber Rocha, Luiz Paulino (O Homem Que Não Dormia).

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