Iniciei minha carreira de ator participando de cursos de iniciação teatral na Casa dos Artistas em Ilhéus com Pedro Matos. Fiz parte das suas últimas turmas de teatro em 1996 e 1997. Logo após participei das turmas de teatro de Franklin Meneses (1997), Romualdo Lisboa (1997), Malu Mendes Rocha (1998 - 1999). O início da carreira profissional deu-se em 2000 quando participei do Curso Livre de Teatro da UESC, então coordenado por Nevôlanda Pinheiro.
Depois deste curso fui contratado como ator no NAU – Núcleo de Artes da Uesc, dirigido por Ramayna Vargens até 2004. Desde então faço parte do projeto de extensão Teatro Popular da UESC dirigido por Bim De Verdier. Paralelamente a carreira de ator, em 2002, comecei a dirigir pequenos trabalhos, e estou em cartaz há sete anos com o meu próprio projeto, o Ilheenses Amados do grupo que fundei, o MAKTUB PERFORMANCES. Nesta trajetória o grupo tornou-se ONG CULTURAL MAKTUB PERFORMANCES, ministro oficinas teatrais em diversas vertentes para escolas, outros grupos, comunidades etc, participo de montagens de outros grupos e cursos também, como o RETRATE INTERIOR – ILHÉUS promovido pelo SATED de Salvador.
Fabio Nascimento é ator DRT-BA 2998, diretor e autor teatral (SBAT) e graduando em Comunicação Social pela UESC. Breve currículo:
· Ator contratado do Núcleo de Artes da UESC (2000-2004), “Terras dos Sem Fim; Cururupe o Massacre; Morte e Vida Severina – Núcleo de Artes da Uesc – 2000 - 2004” Dir. Ramayana Vargens e Coordenação de Nevôlanda Pinheiro,
· “Trilogia do Bufão (Nau - UESC); Miguelzinho e o Círculo (FUNDACI-TMI) 2004-2005” Dir. Bim de Verdier,
· Intercâmbio para Universidade de Wikfolkhogskola na Suécia (2004) e UESC /UFV Minas- Gerais
· Das Matas ao Progresso/ Histórias de Cabaré (Maktub Performances) desde 2004 em cartaz. Dir. Fábio Nascimento.
· Formado em Monitor de Teatro Popular pela UESC (2005), Ministra cursos e oficinas para grupos de teatro, ONGS, na UESC, foi educador em 2006 no CEFA - Centro Educacional Fé e Alegria e da ESCOLA CRIATIVA desde 2009, Membro da SBAT – Sociedade Brasileira dos Autores Teatrais e é integrante do Projeto Teatro Popular e Interculturalidade da UESC. Atualmente participa do Retrate Interior – Projeto do Sated-Ba – Sindicato dos trabalhadores de teatro e espetáculos.
CONTATOS:
FÁBIO NASCIMENTO.
TELEFONES: 73-9964-0803 / 8859-4961 / 8165-2461
E-MAIL: fabyo_kallil@yahoo.com.br e fabyo_kallil@hotmail.com,
ORKUT: Grupo Maktub Performances e Fábio O Coronel
BLOG: http://grupoteatralmaktubperformances.blogspot.com


AI – Teatro talvez seja a arte mais ligada à educação formal (curricular), de que maneira o teatro sofre com a baixa qualidade do ensino no Brasil e na região especificamente?
FN - Como o teatro é o reflexo da sociedade, esta “baixa” é perceptível também em nosso meio. Estamos numa fase de “sufocamento” cultural, onde artistas regionais não são prestigiados, são menosprezados e até desqualificados. Ledo engano, pois é fato que a região é um celeiro em várias vertentes culturais não só no teatro. Uma prova disto é a propagação de nomes regionais no cenário nacional. A única solução ainda é sair deste local, desta região o quê implica numa perda para a própria comunidade. Seria muito mais interessante tanto para o artista como para a população, se este estivesse inserido com as devidas condições nos eventos culturais regionais. Sabemos que isto é possível, que existem verbas, mas a política cultural local também foi afetada pela crinipelis perniciosa (Vulgo Vassoura de Bruxa).
AI – Podemos considerar que o teatro faz parte da cultura real do brasileiro ou é coisa de europeu?
FN - Nós respiramos teatro. Ele está presente em diversas manifestações artísticas, religiosas e até nas políticas. Deveríamos sim, absorver o hábito de freqüentar teatros como o europeu. Seria uma apropriação benéfica á própria cultura brasileira.
AI – O que tem mais na região: Menos artistas ou menos plateia?
FN - Temos muitos artistas e muita plateia. A questão é o direcionamento que ambas estão tomando. Enquanto os artistas buscam uma ampliação no repertório intelectual mais sólido, a platéia – de teatro – busca o riso fácil de comédias comerciais. Não se vai mais ao teatro para refletir, e sim para rir – á toa.
AI – De que forma poderemos formar boas plateias (Quantidade e qualidade) e bons atores?
FN - Acredito que se deva buscar uma linha entre o intelectual e o quê o público quer ver. Não podemos impor um refino teatral ao público e também não podemos ceder ao gratuito. É uma linha muito tênue, porém possível. Nunca desistir da tão explorada formação de platéia, trabalhar nas escolas, nos jornais, na mídia local. Deve-se atirar para todos os lados.
AI – Você sofreu com discriminação por ser ator ou já não existe mais?
FN - Ainda existe e sempre sofro. A discriminação não é tão agressiva como antigamente e é inerente a classe social ou nível cultural. Acredito que parta da ignorância do que seja a profissão de ator. Ela ainda é vista como algo que só atingirá o respeito, o sucesso, a profissionalização quando se chega á TV. Percebo quando estou em alguma situação em que sou interrogado sobre o que eu faço. Digo sou ator e diretor teatral. E o interlocutor novamente: e de trabalho o quê você faz? Então ator profissional é o famoso e não o que na região consegue se articular e viver da sua arte. E fazer teatro será sempre um lazer, um hobe e não uma profissão. Por que não? Se eu estudo, pesquiso, me preparo, produzo e emprego pessoas, rendo um produto final – a peça/ dança/ performance e recebo por isso?
AI – Nos cite atores da nossa região que podem ser chamados de eternos e revelações.
FN - Os eternos, eu vou prestigiar atores e diretores que eu tive a graça de conviver: Pedro Matos, Équio Reis, Nevolânda Pinheiro e José Delmo. As revelações Ed Paixão e Geisa Sales.
AI – Como podemos ver Fábio Nascimento atuando?
FN - Dirijo e atuo no meu projeto há sete anos em cartaz, o “Ilheenses Amados” com as peças HISTÓRIAS DE CABARÉ e DAS MATAS AO PROGRESSO. Participo também de montagens de conclusão de cursos e outros grupos. Procuro sempre estar em cena,
AI – Nos conte de seus projetos artísticos.
FN - Bom, no momento estou em processo de remontagem de um espetáculo chamado HOMENS AJUDAM HOMEN? Baseado num trecho de uma peça de Brecht. Acredito montá-la até outubro. Espero também ter condições propícias para desenvolver o oitavo ano do projeto Ilheenses Amados no próximo verão e ainda estou envolvido com um projeto musical, também para o segundo semestre.
AI – Algo que gostaria de nos contar e não perguntamos?
FN - Numa próxima rsrsrs.
AI – Agradecimentos.
FN - A toda equipe do blog agradecimento e felicitação pela bela iniciativa, aos colegas e amigos de profissão, aos mestres que me oportunizaram tal prazer cultural.





